Proinf incentiva produção agroecológica
em Sergipe

O Proinf é uma ação orçamentária de
responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA),
integrante do Programa Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e
Economia Solidária (PPA 2012-2015) e tem a finalidade de financiar projetos
estratégicos para o desenvolvimento territorial definidos no Plano Territorial
de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e priorizados pelos territórios.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento
Territorial (SDT) do MDA, entre 2003 e 2011, foram revertidos pelo programa
cerca de R$ 43,3 milhões para a execução de projetos em Sergipe. Com recursos
do Orçamento Geral da União (OGU), o Proinf apoia iniciativas de municípios,
consórcios públicos, estados e União, na forma de investimentos destinados a
agricultores familiares localizados em Territórios Rurais.
Dados da SDT também apontam que, em dois anos, o
Proinf concedeu R$ 1,3 milhão para a implementação das feiras em todo o estado.
Deste valor, R$ 555 mil foram destinados à aquisição de móveis para escritório,
computadores e veículos e outros R$ 759,5 mil foram designados para o
investimento em barracas, caminhões, contentores de lixo, balanças e caixas de
polietileno - caixas plásticas com alças laterais usadas para armazenamento e
transporte de produtos.
A Delegacia Federal do MDA no estado aponta
que o acompanhamento das feiras é feito por cinco bases de serviços
distribuídas nos Territórios Alto Sertão, Baixo São Francisco, Sertão
Ocidental, Sul Sergipano e grande Aracaju.
Apoiado pela Emdagro, Cohidro, Sebrae, Icoderus,
Centrafes, PDHC e prefeituras municipais, o Projeto Feira da Agricultura
Familiar representa um incentivo à economia solidária por meio da venda direta
dos produtos à população local pelos próprios agricultores familiares. O
secretário de Desenvolvimento Territorial, Jerônimo Rodrigues, ressalta a
importância de parcerias para o desenvolvimento de boas práticas como as feiras
de Sergipe. “O recurso destinado pelo MDA aos territórios e a ação integrada
das entidades envolvidas formam uma rede de esforços para o fortalecimento dos
agricultores familiares. Um incentivo para que conquistem a autonomia
financeira” ressalta Jerônimo.
Na feira os agricultores recebem apoio para a
dinamização econômica, orientação da
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) orientações sobre crédito
e programas do MDA. Um dos critérios para participação é possuir a Declaração de
Aptidão ao Pronaf (DAP).
Até o final de 2012, a expectativa da Delegacia
do MDA no estado é alcançar pleno funcionamento das feiras nos municípios de
Simão Dias (Território da Cidadania Sertão Ocidental), Monte Alegre (Alto
Sertão), Canindé do São Francisco (Alto Sertão), Poço Redondo (Alto Sertão),
Japoatã (Baixo São Francisco), Propriá (Baixo São Francisco), Nossa Senhora do
Socorro, Estância (Sul Sergipano) e Umbaúba (Sul Sergipano), totalizando 14
feiras.
Produção orgânica
Em Aracaju, os produtos da agricultura familiar
podem ser encontrados quinzenalmente, às quintas-feiras, na área externa da
Seides. Todos os produtos possuem certificação orgânica e a população sergipana
pode adquirir derivados do mel e da mangaba, hortaliças, legumes, frutas,
tubérculos e doces caseiros. Os 20 feirantes vendem, também, artesanatos que
valorizam a tradição e a cultura nordestina. De acordo com a a coordenação da
feira, o objetivo é consolidar todas as feiras como a de Aracaju, 100%
orgânica.
O técnico do Departamento de Segurança Alimentar
e Nutricional (DSAN/Seides), Bruno Santiago Goveia, explica que os agricultores
familiares trabalham uniformizados e em barracas padronizadas. Ele conta que os
preços dos produtos respeitam uma tabela previamente estabelecida e tudo é pago
em um caixa único. Segundo o técnico, o valor da produtividade é revertido a
cada agricultor familiar ao final da feira. A ausência de intermediário
representa retorno total para as famílias que, em média, ganham R$ 100 a cada
edição. “Nos primeiros dois anos da Feira da Agricultura Familiar em Aracaju
foram comercializados aproximadamente R$ 96 mil”, informa Bruno.
O agricultor familiar Henrique Vieira de Jesus
comercializa seus produtos na feira de Aracaju desde o início do projeto. Na
propriedade familiar em Itabaiana, município localizado no Território da
Cidadania Sertão Ocidental a 50 km da capital, é possível encontrar tomate,
coentro, cheiro verde, alface, cenoura, mandioca, couve e brócolis, entre outros
produtos. “É gratificante ter nosso trabalho reconhecido e tudo aconteceu pelo
incentivo que tivemos” conta o jovem agricultor.
Henrique já participou de cursos e oficinas para
cultivo de produtos orgânicos o que lhe garantiu um certificado em seu nome
para representar o próprio negócio. Assim como ele, todos os participantes do
projeto fazem parte das Organizações de Controle Social (OCS) localizadas em
Sergipe, pré-requisito para comercialização no modelo venda direta.
No município de Neópolis (Baixo São Francisco),
também quinzenal, a feira acontece em frente à sede da prefeitura e mobiliza 42
agricultoras familiares de forma direta e indireta. A presença feminina é a
identidade da feira e representa importante instrumento para a luta das
mulheres trabalhadoras rurais da região. Em Boquim, Lagarto e Ribeirópolis a
ação reúne, em média, 25 agricultores familiares por feira em cada município.