Novo sistema permite escolher
tipos de irrigação mais adequados aos solos brasileiros
A nova versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras
para Irrigação (SiBCTI), lançada pela Embrapa Solos, unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária localizada no Rio, já está disponível em
livro para gestores da área agrícola, professores e estudantes. O software (programa de computador) que faz a
classificação dos solos e dos melhores tipos de irrigação deverá ser
lançado no início de março.
A primeira versão do SiBCTI foi lançada em 2005. A versão atual da
metodologia para irrigação, adaptada ao solo brasileiro, foi ampliada em
termos de funcionalidade e de parâmetros de avaliação, disse à Agência
Brasil o
engenheiro agrônomo da Embrapa Solos, Fernando Cezar Amaral, coordenador do
trabalho. “Ele está atualizado em termos de sistema de irrigação, de
culturas, de formas de acesso, de interação com o usuário”.
Amaral esclareceu que antes desse novo sistema não havia uma
maneira precisa de auxiliar o governo na adoção de políticas de irrigação,
especialmente no Nordeste. Havia o risco de serem feitos investimentos em um
determinado grupamento de solos com retorno muito baixo ou mesmo a perda do
solo por questão de salinização, por exemplo. A versão atualizada do sistema
garante segurança maior ao investimento. “Chama-se um investimento sustentável
ao longo do tempo”.
O pesquisador revelou que os investimentos nos perímetros
irrigados são vultosos, entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões. Daí, a importância
da metodologia para o Brasil.
Amaral destacou que a nova versão do sistema poderá subsidiar o
Programa Mais Irrigação, que será lançado ainda este ano pelo governo federal.
O programa visa a implantar 200 mil hectares de perímetros irrigados em todo o
Semiárido nordestino, com a criação de 500 mil postos de trabalho.
A metodologia faz uma avaliação completa do ambiente no que se
refere aos parâmetros de solo e da água para irrigação, além da cultura que a
pessoa vai explorar no local e o sistema que ela pretende utilizar. “O sistema
cruza essas informações todas e dá uma avaliação daquele ambiente que você está
pretendendo explorar. Tudo isso feito de forma atualizada, segura, testada, de
acordo com a realidade brasileira. Diferentemente do que havia antes, que
era uma metodologia norte-americana, adaptada para as condições brasileiras,
mas que não teve muito sucesso”.
Realizado em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o trabalho foi aplicado em
solos com salitre, para cultivo da cana-de-açúcar. No momento, os pesquisadores
estão concluindo as experiências no Baixio do Irecê, na Bahia.
Fernando Amaral disse que o SiBCTI é mais direcionado para os
gestores públicos tomadores de decisão, “porque é onde você vai planejar a
área, vai investir, planejar o recurso. Então, ele tem uma aplicação maior para
esse seleto grupo de gestores”. Como é um sistema gratuito, ele está disponível
também para estudantes e consultores, “para quem tiver interesse”, acrescentou.
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