15/03/2012
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| Ministro do MDA, Pepe Vargas |
O
novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, tomou posse na quarta-feira (14), no Palácio do Planalto, e apontou como um desafio de sua
gestão dar continuidade e aprimorar os instrumentos para consolidar a
agricultura familiar como setor estratégico para o desenvolvimento econômico e
social do país. "Queremos fixar no imaginário do povo brasileiro que o
Ministério do Desenvolvimento Agrário é o ministério do desenvolvimento econômico,
com profunda vocação social", disse, em seu discurso, na presença da
presidenta Dilma Rousseff.
Em
cerimônia concorrida, com a presença de governadores e parlamentares,
entre outras autoridades, o novo ministro falou sobre as conquistas do MDA nos
últimos anos e apontou seus planos para o setor. "Está surgindo um novo
Brasil rural, com novas oportunidades para quem quer trabalhar na terra. Vamos
dar continuidade às políticas articuladas pelo MDA que vem ampliando o papel do
campo no projeto de desenvolvimento sustentável do país", apontou Pepe.
O
campo brasileiro, apontou o ministro, é muito heterogêneo sob o ponto de vista
econômico e social. "Sonhamos com um Brasil rural plenamente desenvolvido,
constituído por uma enorme classe média rural", afirmou Pepe Vargas. Para
tal, destacou, é preciso elevar a renda das famílias que ainda vivem na extrema
pobreza e ter um olhar diferenciado para a agricultura familiar consolidada.
A
agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros,
lembrou Pepe. "Queremos não só ampliar essa participação do setor no
consumo das famílias brasileiras, mas produzir ganhos de produtividade e
melhoria da qualidade do trabalho rural. Vamos fortalecer a agricultura
familiar e buscar a superação da pobreza extrema no meio rural
brasileiro".
Em
seu discurso de transmissão do cargo, o ex-ministro Afonso Florence desejou
sucesso a Pepe Vargas na condução da pasta e afirmou sentir-se honrado por ter
participado da transformação que vem sendo promovida pelo ministério no campo.
"Criamos instrumentos e políticas públicas que têm resultados incontestes.
Dos 28 milhões de homens e mulheres que saíram da faixa da pobreza e da pobreza
extrema, quatro milhões e oitocentos mil vivem no meio rural", disse.
Setor
estratégico
Durante
a cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff reiterou que a agricultura familiar é
um setor estratégico para o projeto de desenvolvimento sustentável que vem
sendo aprimorado nos últimos anos. "Este país precisa da agricultura
familiar para se transformar numa grande nação. É fundamental olhar para a
agricultura familiar como um dos elementos estratégicos para que o Brasil seja
de fato uma nação desenvolvida, sustentável. E, sobretudo, para que nós
tenhamos um tecido social, de fato, de classe média", disse.
Dilma
afirmou que o fortalecimento do setor passa pela superação da pobreza e também
pela tarefa de tornar o Brasil um exemplo na agricultura familiar e na reforma
agrária, de criar uma nova lógica de desenvolvimento do setor.
"Garantir
uma agricultura familiar pujante é condição também para um padrão de qualidade
da reforma agrária", afirmou a presidenta. "Este país precisa
democratizar o acesso à terra, mas ao mesmo tempo queremos que a reforma
agrária no Brasil contribua para esse caminho de sucesso de um setor de
agricultores familiares pujante". E isso significa, segundo a presidenta,
dar condições de desenvolvimento para os assentados da reforma agrária.
"De nada adianta a distribuição de terra e a permanência das populações
rurais na extrema pobreza", ressaltou.
A
reforma agrária, apontou o ministro Pepe Vargas, tem que ser um instrumento de
combate à pobreza. "Vamos focar nas regiões do país com população em
situação de extrema pobreza, visando à inclusão produtiva dos pobres, com maior
celeridade". Mas é preciso dar condições para o desenvolvimento produtivo
dessas famílias, reforçou o ministro: "Quando inseridas no programa de
reforma agrária, devem rapidamente ser atendidas com assistência técnica e
recursos para apoio à instalação produtiva, para que possam construir sua
autonomia, sua emancipação e independência econômica".
Programas
em destaque
A
presidenta Dilma destacou a Rede Brasil Rural entre
as políticas iniciadas na gestão de Afonso Florence. "Com a rede, nós
estamos constituindo o chamado cooperativismo dos tempos modernos", disse.
"Essa plataforma garante ao produtor rural acesso a equipamentos e
mercados. É como se ele tivesse uma grande ação cooperativa estruturada com
base no que há de mais moderno em tecnologia. Isso mostra que é possível, neste
país, termos um modelo diferenciado para a agricultura familiar para que ela
seja, de fato, um momento de expansão econômica e social e também um fator de
democracia".
A
Rede Brasil Rural também foi destaque na fala do novo ministro. Pepe Vargas
pontuou que esta plataforma de comércio eletrônico de insumos e produtos da
agricultura familiar é uma nova geração de políticas públicas do MDA. “Não
tenho a menor dúvida de que será um caso de sucesso internacional que vai
servir de modelo", enfatizou.
O
ministro reforçou o anúncio de que o MDA vai antecipar as metas do Plano Brasil
Sem Miséria para 2012: "Vamos incluir este ano mais 179 mil famílias com
assistência técnica diferenciada e sementes para que essas famílias tenham uma
inserção produtiva e possam construir sua autonomia econômica".
Já
a presidenta destacou que o propósito ao lançar o Brasil Sem Miséria era
articular as ações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS) com o MDA. "Esses dois ministérios são estratégicos para a redução
da pobreza no Brasil, mas não só para isso. Porque não basta reduzir a pobreza,
se você não der um caminho produtivo ou um uso da propriedade de forma
efetiva", frisou.

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