Linguiças e salames fazem sucesso em Parada Cristal (RS)
No final
da Rua Márcia Modena Santana, em Parada Cristal, bairro a 12 km de Caxias do
Sul (RS), uma casa branca e simples abriga uma agroindústria promissora. Paulo
Genésio Melo, agricultor familiar, 39 anos, avisa logo de cara: “Se falarem
Paulo, ninguém sabe quem é. Sou mais conhecido como Paulinho.” Ele é dono do
negócio, onde produz linguiças frescas e defumadas, copa e salames colonial e
alemão. Paulinho pretende ampliar, futuramente, a agroindústria Santa Barbara,
onde está construindo um sobrado para morar. “Quero contar com a ajuda do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para isso”, revela.
Tudo começou em 2004, quando Paulinho decidiu ser
seu próprio chefe. Em sua propriedade, produz para consumo, milho, porcos e
frango. Mas queria algo mais. “O começo foi muito difícil, o dinheiro para
investir foi tirado do meu bolso”, lembra. Dois anos depois, as coisas começaram
a melhorar e o agricultor pôde até contratar funcionários para ajudá-lo na
produção. No total, ele e mais quatro pessoas fazem as linguiças e salames já
premiados em feiras no estado. O segredo do sucesso ele não conta. “Tem um
toque especial, um toque de Paulo”, brinca. Para ele, seu sucesso é fruto da
qualidade do produto, do atendimento e da degustação, que ele considera seu
diferencial para encantar o comprador. “O preço das outras linguiças e salames
não difere muito, o que conta é o sabor.”
Paulinho era metalúrgico, o que o ajudou a
construir uma máquina para o processamento de seus produtos. “Essa é exclusiva,
só eu tenho.” No começo, ele conseguia fazer 10 quilos de salame e linguiça em
cinco minutos, manualmente. Agora, ela possui um motor (projetado por ele) e
consegue fazer até 300 quilos, vendidos de janeiro a janeiro, como garante o
agricultor. “Só descansamos no domingo.” Atualmente, ele vende para 54 mercados
de Caxias do Sul, além das feiras que participa (em torno de 18 por ano). Às sextas-feiras,
Paulinho fica das 5h às 17h à beira da BR 116, que corta a cidade, em uma
barraquinha, onde, também, vende seus produtos por R$ 13 o quilo (uma peça tem
cerca de 400 gramas).
O agricultor familiar relata que, para ampliar a
agroindústria, é necessário comprar um novo maquinário. “O espaço também está
ficando pequeno.” É aí que ele pretende estreitar laços com o MDA, a fim de
melhorar a produção. “A variedade é pequena, mas é bem feita”, assegura. Apenas
30% dos porcos, que ele utiliza para fazer as linguiças e salames, são de sua
propriedade. 70% ele compra de outros agricultores. Futuramente, ele pretende
reduzir esse custo, fazendo com que sua produção aumente para 50%. “Com isso,
poderemos reduzir o preço das peças.” Paulinho vende para outros estados,
como Espírito Santo, Amazonas, Rio de Janeiro e já recebeu pedidos do Distrito
Federal, tudo isso sem fazer propaganda na internet, apenas no boca a boca.
“Sou muito feliz, porque faço uma coisa que gosto. Não tem como ficar triste
assim”, enfatiza Paulinho.
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