Maria
Nazaré, 44 anos, não para. O dia todo ela corre de um lado para outro
cuidando do seu pedaço de terra no assentamento Mandacaru, no município
de Sumé (PB). Lá, ela planta milho, gergelim, macaxeira, palma, batata,
jerimum, feijão, algodão, e ainda cria alguns animais como vacas e
ovelhas. Da renda do sítio ela tira seu sustento e o das duas filhas.
Nos últimos anos, ações executadas pelo Governo Federal, melhoraram a
qualidade de vida da família.
Este ano, com o lançamento do primeiro Plano Safra
Semiárido, as medidas de convivência com a estiagem terão impacto direto
para ela. A principal é a formação de estoque para alimentação animal,
que incentiva a produção e armazenagem de forragem para animais para o
período de estiagem. Nazaré considera a iniciativa muito importante,
pois em tempos de seca prolongada, como agora, a silagem é essencial
para a sobrevivência do rebanho que ela mantém.
A agricultora antecipa que a possibilidade de
armazenamento será de grande ajuda. “Vai mudar tudo. Hoje eu tenho a
capacidade de alimentar 100 ovelhas com a silagem que eu tenho. Com um
lugar onde eu possa armazenar, eu desocupo o fosso onde ela está e posso
produzir um novo silo. É um aumento de 100%. Posso dobrar a criação de
ovelhas, por exemplo”, explica.
Ouro branco da Paraíba
Além da criação animal, o grande xodó de dona Nazaré é
o plantio de algodão. Há cinco anos, por meio do Projeto Dom Helder –
parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Fundo
Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) – ela
descobriu a cultura que há algumas décadas foi considerada o ‘ouro
branco da Paraíba’. “Depois do algodão a minha vida está muito melhor,
tanto em termos de produção como de conhecimento político. Aprendi a
valorizar a minha produção”, afirma.
O trabalho desenvolvido pelo Dom Helder, com cerca de
200 famílias da região, envolve o plantio e o beneficiamento do
algodão. O Projeto fornece assistência técnica, capacitação e
intercâmbios, além de infraestrutura, como as prensas para
beneficiamento do algodão. Com a orientação dos técnicos do projeto,
Nazaré passou a dedicar quatro dos 10 hectares de terra ao plantio de
algodão. A planta é colhida e beneficiada pelo grupo e as sementes
doadas para o banco de sementes. O restante é utilizado pelas famílias
que participam do projeto.
“O projeto mudou tudo na
vida da gente. O algodão elevou a autoestima dos agricultores para o
nosso produto”. Para ela, os incentivos do Governo Federal à agricultura
familiar têm estimulado o produtor a permanecer no campo. “Hoje nós
temos assistência técnica, projetos e muitos incentivos para continuar
aqui. Eu não troco a vida no campo pela da cidade”, pontua.
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