Agricultura
familiar comercializa mais de R$ 263 mil em produtos na Rio+20
26/06/2012 04:34

“O espaço apresentou o que o Brasil tem de melhor
do ponto de vista da produção socioambiental e a grande biodiversidade do país.
Mostrou a produção da agricultura familiar que agrega valor social, ambiental e
contribui para a segurança alimentar e para a renda de centenas de famílias.
A praça, na Rio+20, representou uma grande oportunidade para a agricultura
familiar comercializar e mostrar para o mundo a produção sustentável do rural
brasileiro”, avaliou o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Müller. Além do MDA, a iniciativa teve
o apoio dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome, além da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os produtos do bioma da Amazônia, entre eles os
feitos com látex da árvore de caucho e a castanha do Brasil, foram os mais
vendidos, atingindo 36% do total. “Fomos muito bem aceitos. Já participamos de
diversas feiras, mas, em termos de comercialização, nenhuma foi como esta.
Muita gente comprou e voltou para comprar mais. Para nós, este resultado é uma
felicidade. Essa renda vai gerar muitas melhorias para as comunidades”,
comemorou a presidente do Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável
dos Recursos Naturais (Poloprobio), Zélia Damasceno. A entidade representa 50
unidades produtivas dos estados do Acre, Pará, Rondônia e Amazonas.
A Praça da Sociobiodiversidade abriu as portas
para o público no sábado (16) e fechou na última sexta-feira (22). Já no
terceiro dia de evento, expositores da Caatinga tiveram que recompor o estoque.
“Excedemos o limite de comercialização. Graças à Conab os produtores
conseguiram trazer mais produtos, senão teriam que pagar um valor considerável
pelo frete”, comentou a consultora da Assessoria e Gestão em Estudos da
Natureza e Desenvolvimento Humano (Agendha) e apoiadora da Rede Bodega, Idelci
Oliveira. A entidade participou da articulação para levar os produtos do bioma
à Rio+20.
Representando o bioma da Mata Atlântica, Alceu
Henz, gerente comercial da Ecocitrus, afirmou que, durante os dias de exposição
da agricultura familiar, o Brasil deu um exemplo de produção sustentável para o
mundo. “Já participamos de feiras em todos os lugares do mundo, mas aqui foi
onde mais vi diferentes tipos de pessoas de todas as raças e nações. A praça
foi um sucesso”, garantiu. A cooperativa, de 115 agricultores familiares e
parceiros, levou para o local sucos de tangerina, de laranja e de uva
produzidos no Rio Grande do Sul.
Outro produto que encantou e surpreendeu os
participantes da Rio+20 foi a castanha de baru, encontrada no bioma do Cerrado.
“Gostamos muito de conhecer a biodiversidade brasileira. Muitos desses produtos
são novidades. O baru, mesmo, nunca havia experimentado”, afirmou a professora
Fabiana Kraemo, 40 anos. Ela e marido, Pedro Paulo Soares, 47, saíram de
Niterói, município do Rio de Janeiro, para prestigiar o evento.
Para o consultor econômico da Cooperativa Central
do Cerrado, Valdener Miranda, a Praça apresentou ao público da Rio+20 produtos
da sociobiodiversidade brasileira que dificilmente são encontrados nas
prateleiras de supermercados. “Além disso, tirou da cadeia produtiva a figura
do atravessador. Os consumidores compraram diretamente das mãos dos produtores,
e estes tiveram a oportunidade de presenciar o reconhecimento da sua produção.
Certamente, os agricultores familiares saíram daqui ainda mais motivados a
produzir”, avaliou.
Moda
Peças de couro de peixe, piaçava, tururi e buriti fizeram sucesso no estande do projeto Talentos do Brasil. “A proposta foi, além da comercialização, apresentar um projeto diferenciado. O MDA conseguiu apresentar um modelo real para a mudança de vida dos agricultores familiares dentro da produção sustentável. E dentro desse contexto, o Talentos teve uma projeção internacional’, afirmou a coordenadora do projeto, Patrícia Mendes.
Peças de couro de peixe, piaçava, tururi e buriti fizeram sucesso no estande do projeto Talentos do Brasil. “A proposta foi, além da comercialização, apresentar um projeto diferenciado. O MDA conseguiu apresentar um modelo real para a mudança de vida dos agricultores familiares dentro da produção sustentável. E dentro desse contexto, o Talentos teve uma projeção internacional’, afirmou a coordenadora do projeto, Patrícia Mendes.
A nova coleção do projeto, Flores, foi lançada
durante a Rio+20. Artesãs de 12 estados brasileiros produziram as peças
inspirada na natureza. A linha de bolsas, chapéus, vestidos, blusas e cachecóis
brincam com begônias; beneditas; flores do milho; rosas e beijos; flores de angelim
e camalotes; girassóis; onze horas; flores de buriti; mandacarus; estrelícias;
flores da alegria e do campo; e amores perfeitos.
O conceito do Talentos do Brasil é justamente
resgatar antigas técnicas manuais e incorporar uma visão contemporânea às peças,
com a parceria de designers, estilistas e arquitetos brasileiros na concepção
de produtos diferenciados. Além de incentivar a moda sustentável, o projeto
investe na qualificação das artesãs que vivem em áreas rurais de 12 estados do
país.
O projeto é uma iniciativa do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, em parceria com o Sistema Brasileiro de Apoio às
Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), e apoio do Programa Texbrasil (Abit e
Apexbrasil), da Agência de Cooperação Alemã (GTZ) e do Ministério do Turismo
(MTur). Ao longo da exposição, diversas autoridades mundiais, políticos e
artistas prestigiaram os produtos da agricultura familiar brasileira.
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