PAA, Pnae e Pronaf contribuem para a produção agroflorestal do Projeto
Reca
É no Distrito de Nova Califórnia
(RO), a 360 km de Porto Velho e a 150 km de Rio Branco, que está localizada a
sede do Projeto de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca).
Por meio de assistência técnica, compra, beneficiamento e comercialização da
produção, o Reca beneficia diretamente mais de 300 famílias, e indiretamente
outras 600, e comercializa anualmente cerca de R$ 3,5 milhões.
Além da venda direta, que hoje tem representação
nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Acre e Rondônia, a participação no
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), ambos articulados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), é uma importante ferramenta para o escoamento da produção. “A formação
de estoque (modalidade do PAA) é um projeto muito bom e tem contribuído muito
com o Reca na questão de comercialização. Estamos em busca de ampliar ainda
mais nossos mercados”, afirma o gerente comercial, Hamilton Condack.
Outro programa do MDA que contribui,
indiretamente, no desenvolvimento do Reca é o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Por ter juros menores que
outros financiamentos rurais e melhores condições de pagamento, as linhas de
crédito do Pronaf são as mais cobiçadas pelos agricultores familiares associados
ao Reca, que acessam o crédito individualmente para investir na infra-estrutura
das propriedades e custear a safra. “O Pronaf é muito procurado pelos
produtores”, afirma Hamilton.
Produção
O Projeto Reca trabalha com mais de 20 espécies
frutíferas, madeireiras e medicinais típicas da região amazônica, alcançando
uma produção média anual de um milhão de quilos de frutos, 350 toneladas de
polpa de cupuaçu, 30 toneladas de semente de pupunha, 320 toneladas de açaí,
entre outros. Aproximadamente 95% da área total de produção funcionam em
sistemas agroflorestais, que integram o plantio à floresta nativa.
O objetivo é crescer ainda mais e triplicar a
produção até 2016. Para cumprir essa meta, o projeto está investindo na
formação de mais 200 hectares de sistemas agroflorestais, na reforma das duas
unidades de beneficiamento – uma de palmito e uma de polpa, e na construção de
duas novas agroindústrias.
História
Nos anos 70, o Incra, na tentativa de colonizar o
Norte do País doou terras para aqueles que quisessem produzir na região. Muitos
agricultores do Sul e do Sudeste, acostumados às terras e às cadeias
produtivas destes lugares, foram assentados no meio da Floresta Amazônica.
Quando chegaram, tombaram árvores e tentaram plantar o milho, o feijão e o
arroz como sempre haviam feito e descobriram que ali as coisas não funcionavam
assim.
Então, uniram-se aos povos nativos do lugar para
encontrar um modo de produção adaptado ao clima e costumes da região que
pudesse melhorar a vida de todos. Desta união, nasceu o Reca. Hoje o projeto
tem mais de 2,5 mil hectares com sistemas agroflorestais implantados,
beneficiando cerca de 1,2 mil pessoas.
Prêmios
Os
trabalhos sociais, econômicos e de preservação já renderam ao projeto várias
premiações. Entre elas, destacam-se o primeiro lugar no Prêmio Equatorial do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que prestigia
projetos comunitários que combinem geração de renda com preservação ambiental.
Também vencedor do Prêmio Ford de Conservação Ambiental na categoria Negócios
em Conservação, do Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil,
entre outros.
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