Cooperativa mato-grossense fornece merenda escolar para 14 municípios do
estado.
Meados de 1980. Milton José Dalmolin saía de
Planaltos, Rio Grande do Sul, rumo a Terra Nova do Norte, em Mato Grosso. O
objetivo, dele e do pai, era fazer morada na nova região e plantar eucalipto e
frutas. O plano, porém, não deu tão certo como pensavam. Eis que, no entanto,
encontraram a solução ao associar-se à Cooperativa Agropecuária Mista Terranova
(Coopernova), em 1987.
A situação de Milton melhorou nos anos 1990. A
cooperativa voltou suas atenções para a produção de leite e deu certo. “O
presidente, na época, e que continua hoje, tomou uma providência para segurar o
pessoal no campo. Foi feito um estudo de viabilidade e implantaram uma
indústria de laticínios. Ela foi inaugurada entre os anos de 1993 e 1994”,
conta o hoje vice-presidente da associação.
Leite e derivados produzidos pela Coopernova são
fornecidos à merenda escolar de 14 municípios do Mato Grosso por meio do
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Além disso, a associação de
agricultores familiares também vende para o Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA). Ambos articulados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Orgulhoso, Dalmolin lembra que o começo foi
complicado, com produção abaixo do esperado, mas o crescimento da associação
atualmente dá bom retorno aos 2,5 mil associados. “Em 1994, produzíamos cerca
de 200 litros de leite por dia. Hoje, essa produção ultrapassa os 150 mil
litros diários.” Além disso, a cooperativa também comercializa queijos, polpas
de fruta, doces e castanhas. “Depois que consolidamos a parte de leite,
entramos nas frutas. Começamos o plantio do caju anão precoce e do maracujá.
Depois veio tamarindo, cupuaçu, morango, uva... são 11 variedades de polpas”,
assegura.
Para o futuro, a Coopernova traça planos de
negociar outros derivados do leite que ainda não estão no cardápio da
cooperativa. “Temos o frigorífico, área e licença. Já compramos a primeira
parte dos equipamentos para o processo de soro e leite em pó. Em um ano e meio,
no máximo, vamos produzir estes tipos de produtos”, finaliza.
Programa Nacional de Alimentação Escolar
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)
tem como objetivo oferecer alimentação saudável aos 47 milhões de estudantes de
escolas públicas de todo o Brasil ao mesmo tempo em que estimula a agricultura
familiar.
Desde 2009, a Lei nº 11.947, regulamentada pelo
Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Econômico (FNDE),
estabelece que, no mínimo, 30% dos recursos do Fundo destinados à compra de
alimentos para instituições de ensino sejam reservados à aquisição de produtos
de agricultores familiares e suas organizações. A obrigatoriedade incentiva a
economia local e gera aumento de renda.
Programa de Aquisição de Alimentos
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi
criado em 2003 e faz parte do grupo de ações do Fome Zero, uma iniciativa do
governo federal. Tem como objetivo garantir o acesso a alimentos em quantidade
e regularidade necessárias às populações carentes. O PAA também incentiva a
formação de estoques estratégicos de alimentos, permitindo que os agricultores familiares
armazenem seus produtos para a comercialização com preço mais justo e promovam
a inclusão social no campo.
O programa tem o apoio dos ministérios do
Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), além dos governos estaduais e municipais, da sociedade civil,
organizações da agricultura familiar e redes de entidades socioassistenciais.
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