A agricultura familiar como estratégia
para combater à fome e à pobreza foi o tema de reunião do ministro do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, com o presidente da
Câmara de Comércio Indústria Brasil/Moçambique, Sinfrônio Júnior, e o
representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO) na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Helder Muteia, nesta quinta-feira (05), em Brasília.
O
encontro reforçou a importância do intercâmbio de conhecimentos e
tecnologias para produção de alimentos saudáveis nos países africanos e
de língua portuguesa. O Brasil tem acordos de cooperação técnica que
ajudam a desenvolver a agricultura familiar de outros países. Uma destas
ações é o acordo com Moçambique por meio do Programa Mais Alimentos
Internacional.
As primeiras máquinas
brasileiras, comercializadas pelo programa, chegarão ao país africano
ainda neste mês. O maquinário produzido pela indústria brasileira foi
enviado de navio e deve começar a chegar ao país a partir do 24 de
fevereiro. Nessa primeira remessa, foram enviados 250 tratores em 84
contêineres.
De acordo com o ministro
Patrus Ananias, essas estratégias são fundamentais para o intercâmbio
de conhecimento e conquistas como a erradicação da pobreza. “Nós
queremos levar as nossas experiências, conquistas tecnológicas e
equipamentos para outros povos, especialmente aos povos irmão da América
Latina e África. E queremos também aprender com eles em uma ação
integrada para que, juntos, possamos erradicar a fome e a desnutrição em
nossos países e em todo o mundo”, afirmou.
Neste
sentido, outras estratégias foram debatidas no encontro como a
realização do Seminário “CPLP Juntos contra a Fome através do
Desenvolvimento Agropecuário e Infraestrutura”, que está previsto para
setembro deste ano, em Uberaba (MG).
Mais Alimentos Internacional
O
Programa Mais Alimentos Internacional tem dois objetivos: estabelecer
uma linha de crédito concessional para o financiamento de exportações
brasileiras de máquinas e equipamentos destinados à agricultura familiar
e fornecer apoio a projetos de desenvolvimento rural para o
fortalecimento da produção da agricultura familiar por meio da
cooperação técnica e do intercâmbio de políticas públicas.
Coordenado
pelo MDA, o programa tem a participação de mais de 500 empresas
brasileiras, que exportam para seis países: Zimbábue, Moçambique,
Senegal, Gana, Quênia e Cuba.
O
governo brasileiro já aprovou R$ 1,2 bilhão em exportação de tecnologia
de máquinas agrícolas, área em que o Brasil é referência mundial. A
previsão é de que mais de 2,5 mil tratores sejam comercializados pelo
programa. Além disso, mais de 60 mil equipamentos e máquinas agrícolas
também serão usados nas lavouras dos países cooperantes.
Moçambique
No
total, foram enviadas três remessas de tratores para Moçambique. Até a
primeira semana de março, outras máquinas e diversos implementos
agrícolas serão enviados. São 583 tratores e 2,6 mil implementos
agrícolas que sairão do Brasil com destino ao país africano nesta
primeira etapa. “Estes equipamentos vão ajudar a aumentar a
produtividade e explorar mais áreas em Moçambique. A terra não é um
problema, há áreas produtivas que não são exploradas e com esses
equipamentos teremos possibilidades de produzir mais e erradicar a fome
no país e também no mundo”, destacou o representante da FAO na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Helder Muteia.
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