O Núcleo de Estudos Agrários e
Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(NEAD/MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão sistematizar
informações de 190 comunidades quilombolas em processo de titulação. A
pesquisa, iniciada recentemente, está prevista para ser concluída em
2016. Nos dias 25 e 26 deste mês de fevereiro, ocorre a primeira reunião
de trabalho da equipe, em Belo Horizonte (MG).
O
projeto está estruturado em cinco etapas: análise e sistematização do
material; elaboração de fascículos com as informações principais sobre
cada comunidade; criação do banco de dados; seminários sobre o tema; e
um livro com todos os dados da pesquisa reunidos por região e
características.
Por meio do
projeto “Formulação de uma linguagem pública sobre comunidades
quilombolas”, será construído um banco de dados com aspectos como o
histórico de ocupação dos locais; a caracterização do território;
principais conflitos em questão; atividades produtivas essenciais e
potenciais; modos de viver do grupo; saberes e fazeres da comunidade. O
objeto de análise são laudos antropológicos de comunidades quilombolas
em situação de regularização territorial, produzidos pelo Incra.
“Com
base nesse acervo, o projeto dará mais visibilidade às comunidades e
facilitará, à sociedade em geral, o acesso ao conhecimento e a
informações relevantes dos territórios”, ressalta Fátima Brandalise,
coordenadora do NEAD.
Reconhecimento
Isabelle
Picelli, coordenadora substituta da Coordenação-Geral de Regularização
de Territórios Quilombolas do Incra, destaca que o projeto vai
contribuir para o reconhecimento dessas comunidades como formadoras da
nação brasileira. “A importância de divulgar os dados contidos nos
relatórios antropológicos é, primeiramente, poder transpor o
conhecimento científico dos relatórios para uma linguagem acessível aos
não especialistas: as próprias comunidades quilombolas, gestores locais,
público escolar. Com isso, queremos disseminar as histórias de
manutenção e resistência dos grupos quilombolas para a população mais
ampla, e estimular que este material seja apropriado e divulgado também
pelas comunidades”, acrescentou.
De
acordo com Lilian Gomes, coordenadora técnica do projeto por meio do
Observatório da Justiça Brasileira (OJB) da UFMG, a intenção é traçar um
diálogo amplo com as comunidades quilombolas e movimentos sociais
relacionados. Também participam da iniciativa o Núcleo de Estudos sobre
Populações Quilombolas e Tradicionais (NUQ) e o Projeto Nova Cartografia
Social da Amazônia (PNCSA), ambos da universidade mineira.
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