Em
agenda na capital pernambucana, a secretária-executiva do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho, garantiu que, mesmo com
o corte orçamentário, a reforma agrária é prioridade para o Governo
Federal. “Vamos assentar 120 mil famílias, até 2018, e esses
assentamentos vão ser espaços qualificados, vão ter luz, água, moradia,
crédito e assistência técnica. Todas as condições para impulsionar a
produção de alimentos saudáveis”, assegurou ela, durante encontro
realizado neste sábado (23), com membros da direção da Federação dos
Trabalhadores Rurais do Estado de Pernambuco (Fetape). Segundo Maria
Fernanda, o Incra vai garantir recursos para a vistoria de imóveis
rurais que possam servir para assentar as famílias.
Para
o presidente da federação, Doriel Barros, o diálogo com o Governo
Federal é fundamental para promover novas conquistas. “Esta semana
tivemos o Grito da Terra, um grito unificado, com todos os movimentos do
campo apresentando uma pauta única ao governo de Pernambuco. Mas,
sabemos que o Governo Federal é determinante para as ações que acontecem
no estado, por isso este diálogo é importante”, destacou Doriel Barros
que entregou alguns projetos de agroindústrias e de organização
produtiva à secretária do MDA.
Entre as
principais demandas da Fetape estão: ampliação da assistência técnica
para os assentamentos da reforma agrária e do número de residências
construídas e reformadas pelo Minha Casa, Minha Vida Rural.
Ainda
em Recife, a secretária-executiva do MDA, visitou a sede do Projeto Dom
Helder Câmara (PDHC), no estado. A ação, coordenada pela Secretaria de
Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), tem o desafio de promover o
desenvolvimento rural sustentável, combatendo a pobreza e garantindo
segurança alimentar e hídrica para agricultores do semiárido.
Para
Maria Fernanda Coelho, é preciso um olhar diferenciado para assegurar o
fortalecimento da agricultura na região, que possui clima e regime de
chuvas particulares. “Temos uma dívida histórica com essa região. Apesar
do grande avanço nos indicadores que tivemos nos últimos 12 anos, ainda
persiste uma enorme desigualdade. Então um projeto como o Dom Helder,
que leva assistência técnica adequada ao semiárido, é muito importante”,
destacou ao salientar o bom resultado obtido pelos agricultores
atendidos.
Para o diretor do projeto,
Expedito Rufino, os expressivos resultados são fruto do trabalho dos
agricultores, associado a uma assistência técnica que respeita as
diversidades locais. “Em nossa história articulamos 149 grupos
produtivos de mulheres, com 1.451 participantes. Temos 23 grupos
produtivos de jovens, alguns produzindo mel para consumo humano e
produção de cosméticos, outros trabalhando na produção de algodão
agroecológico”, disse ao salientar que o programa também atua na
implementação de tecnologias socioambientais, como biodigestores que
utilizam as fezes dos animais da propriedade para produção de gás
metano, substituindo o tradicional Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
usado no fogão residencial.
Projeto Dom Helder Câmara
Desde
2001, o PDHC desenvolve ações de assistência técnica, com o foco na
convivência com a realidade do Semiárido brasileiro. O projeto é uma
ação do Governo Federal, com o apoio do Fundo Internacional para o
Desenvolvimento da Agricultura das Nações Unidas (Fida), para o
desenvolvimento da agricultura em regiões desertificadas em todo o
planeta.
Como o explica Expedito
Rufino, o grande propósito do PDHC não é combater a seca, mas ensinar a
conviver com o semiárido. “Este é um projeto de parceria entre o Estado e
a sociedade, um projeto que vai além da agricultura. Nenhuma família de
agricultor sabe fazer uma coisa só, as famílias sabem fazer muitas
coisas, e este é um conceito importante para nós.” Ele também salientou
que, para a superação da pobreza na região, o aprendizado e a troca de
saberes, são tão importantes quanto as oportunidades.
Números PDHC
O
projeto já atendeu mais de 15 mil famílias em seis estados do nordeste
brasileiro e, articulado em 77 municípios, dentro oito territórios
rurais no semiárido.
Dentro do universo
de famílias atendidas pelo projeto, já foram realizadas 11.176
operações do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), com um valor médio por contrato de R$ 4.401, representando o
dobro da média dos valores de outros contratos na mesma região que não
são atendidos pelo Dom Helder.
Mateus Zimmermann
Ascom/MDA
Ascom/MDA