Cooperativa leva produtos do Cerrado à Rio+20
05/06/2012 10:20

“Temos parcerias com grandes chefs de cozinha, que
estão redescobrindo o Brasil por meio dos artigos regionais da culinária. Os
itens são ricos em nutrientes e com sabor único, e ainda contam com valor
agregado - já que primam pela qualidade, responsabilidade ambiental e social.
Nossa expectativa é que esse reconhecimento seja repassado na Rio+20 e que os
espectadores também aprovem os alimentos extraídos do bioma Cerrado”, destaca o
secretário executivo da Central do Cerrado, Luiz Carrazza.
Esta não é a primeira vez que a cooperativa
participa de grandes eventos com o apoio do MDA. Os produtos da Central já
foram apreciados em feiras internacionais, como o Salão Europeu de Comércio Justo.
O representante da cooperativa explica que pretende repetir na Rio+20 o sucesso
de vendas obtido, há dois anos, na Feira Nacional da Agricultura Familiar
(Fenafra), realizada pelo ministério, em Brasília, quando comercializaram
aproximadamente R$ 60 mil em produtos.
Ele acrescenta que o auxílio do MDA na participação
em eventos é essencial. “Os produtos do Cerrado são considerados tradicionais
em algumas regiões, porém não tão conhecidos em outras. A ideia é promover a
inserção desses alimentos no cotidiano dos brasileiros, além de apresentá-los a
mercados estrangeiros”, explica Carrazza.
Para reforçar a meta de vendas, a Central aposta em
uma novidade que será divulgada na conferência. A cooperativa fará o lançamento
de uma rede virtual própria. “Os clientes podem comprar sabendo que é possível
ter continuidade do consumo. Por meio desse canal na internet, faremos a
entrega dos itens para todas as regiões brasileiras”, enfatizou o secretário
executivo da Central do Cerrado.
Na avaliação do diretor do Departamento de Geração
de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA,
Arnoldo de Campos, a Rio+20 terá uma mostra bem rica do que é produzido nos
principais biomas do País. “Os produtos têm grande potencial de consumo – tanto
por suas qualidades nutricionais e medicinais, quanto pelo paladar e
características específicas. Estamos promovendo a geração de renda com a
floresta em pé, a partir de produtos que são feitos por comunidades rurais e
oriundos da nossa biodiversidade.”
Central do Cerrado
A união de cooperativas surgiu a partir da
necessidade que os empreendimentos comunitários tinham em possuir uma estrutura
física e técnica para comercializar seus produtos. A Central do Cerrado teve
início em 2004, com 19 associados. A formalização veio seis anos depois. Hoje,
são 35 sócios, que, juntos, oferecem uma cartela com mais de 200 itens do
bioma. As atividades produtivas e sustentáveis são desempenhadas nos estados do
Maranhão, Tocantins, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e
Goiás. A diversidade de produtos abrange desde artigos de artesanato feitos à
base de capim dourado, cosméticos naturais, até óleos de pequi, buriti e
macaúba, azeite de babaçu e derivados da castanha de baru, entre outros.
O trabalho, coletivo e inovador, tem gerado bons
frutos. O portfólio não se limita apenas à comercialização pontual dos
produtos. A Central também dispõe de buffet para eventos. O diferencial é o
menu composto por alimentos orgânicos do Cerrado. O coquetel é servido em
lanches e eventos corporativos. Por enquanto, o serviço atende apenas a cidade
de Brasília (DF).
As vendas e negócios da Central do Cerrado
beneficiam aproximadamente dez mil famílias. O número pode aumentar nos
próximos anos. “Temos como plano integrar mais organizações à Central,
ampliando a quantidade de associados para atender às demandas”, detalha Luiz
Carrazza.
O MDA na Rio+20
A Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável ocorrerá entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de
Janeiro. Um dos espaços que será ocupado pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário será a Praça da Sociobiodiversidade. O local de 540 metros quadrados
contempla 23 empreendimentos da agricultura familiar provenientes de seis
biomas. O estande funcionará em parceria com o ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Conab.
Diversidade para o mundo
Durante a Rio+20, a Praça da Sociobiodiversidade e
outras participações do MDA nas programações paralelas mostrarão a diversidade
brasileira para o mundo, as inciativas de sustentabilidade da agricultura
familiar por meio das ações da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), e o
quanto este setor é estratégico para o desenvolvimento rural sustentável no
país.
"A exposição de produtos oriundos das nossas
florestas, produtos orgânicos da agricultura familiar vai ser muito importante
para que o público presente na Rio+20 tenha contato direto, não só vendo como
experimentando esses produtos e conversando com os expositores, que são
agricultores", afirma o secretário da Agricultura Familiar, Laudemir
Müller. Ele aponta que o evento terá uma rica mostra de produtos (dos biomas
Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica) com grande potencial de consumo e
que demonstram a capacidade de gerar renda e ao mesmo tempo preservar,
"usando com sustentabilidade a biodiversidade que o Brasil tem e o
conhecimento tradicional do nosso país".
"O que a gente quer na Rio + 20 é mostrar essa
iniciativa e fazer com que o mundo possa ter uma ideia, e a compreensão, de que
o Brasil é diverso, além de dar visibilidade para o segmento da agricultura
familiar, para esta identidade social diversificada no do país, que muitas
vezes não é conhecida no exterior e que é tão importante para a economia, para
a sociedade brasileira e para o meio ambiente", resume Arnoldo de Campos,
diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria
da Agricultura Familiar (SAF), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Na Praça da Sociobiodiversidade, que acontece de 16
a 22 de junho, no Aterro do Flamengo, como parte da programação paralela da RIO
+20, estarão 23 empreendimentos de povos, comunidades tradicionais e
agricultores familiares, além de produtos cuja confecção é apoiada pelo projeto
Talentos do Brasil (moda). A praça ficará no espaço Arena Socioambiental, das
12h às 20h.
O diretor observa que o Plano Nacional da
Sociobiodiversidade promove, a partir de uma articulação de instrumentos de
políticas públicas, de atores sociais, empresariais e governamentais envolvidos
com a temática, "a geração de renda com a floresta em pé", a partir
de produtos que são feitos por comunidades rurais e oriundos da biodiversidade
brasileira.
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