Pepe Vargas apresenta políticas do MDA em palestra na Expointer 2012
Na tarde
de quinta-feira (30), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas,
participou da palestra Políticas Públicas para Agropecuária e Agricultura
Familiar, na Expointer 2012. O evento promovido pela Assembleia Legislativa do
Rio Grande do Sul faz parte do Projeto Radiografia Gaúcha e foi transmitido, ao
vivo, pela Rádio Assembleia do estado.
Vargas falou sobre as políticas do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) para a agricultura familiar, dentre as quais
destacou crédito, garantia de renda e assistência técnica. Ele apresentou a
importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) para custeio, ou seja, financiamento das atividades agropecuárias, de
beneficiamento, industrialização e comercialização, e modernização da produção
na propriedade familiar. Entre as vantagens do programa, citou taxas de juros
do programa, as mais baixas entre os financiamentos rurais.
Para a safra 2012/2013, o MDA destinou R$ 18
bilhões para as linhas de custeio e investimento do Pronaf. Os juros de todas
as modalidades são negativos, ou seja tem valor abaixo da inflação. A renda
bruta anual para acesso ao Pronaf subiu de R$ 110 mil para RS 160 mil. “Isso
significa um maior número de produtores tendo acesso às vantagens do Pronaf”,
explicou o ministro.
Com o Programa de Garantia de Preços da Agricultura
Familiar (PGPAF) e a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o governo
federal assegura renda aos produtores caso o valor de mercado caia. O PGPAF tem
46 produtos cadastrados, em caso de baixa de preços. É concedido ao agricultor
um desconto no pagamento do financiamento, correspondente à diferença entre o
preço de mercado e o preço de garantia do produto, que no novo Plano Safra é o
custo de produção mais um bônus de 10%.
As vendas feitas a partir do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
garantem mercado para a produção familiar. Para a safra 2012/2013 foi criada
uma nova da modalidade no PAA, de compras institucionais, que permite que
instituições governamentais que precisam de gêneros alimentícios de forma
regular possam fazer compras diretamente da agricultura familiar, com dispensa
de licitação.
O ministro também ressaltou o trabalho do MDA nos
últimos dez anos de resgate dos serviços públicos de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Ater). Nesta safra será investido mais de meio bilhão de reais
em chamadas públicas para atender a 480 mil famílias, sendo 170 mil de forma
diferenciada (jovens, mulheres e povos e comunidades tradicionais, entre
outros). Aliados ao crédito rural, os serviços de assistência técnica são
essenciais para melhorar a produtividade e garantir a renda das famílias no
campo.
Panorama da agricultura familiar no Brasil
No Brasil, dos 5,1 milhões de estabelecimentos
rurais do país, mais de 4,3 milhões, ou seja, 84% são da agricultura familiar.
O segmento ocupa 74,4% da mão de obra no campo e responde por 38% do valor
bruto da produção agropecuária no país. A rentabilidade média de um produtor
familiar é de R$ 1,7 mil por hectare, enquanto do não familiar é R$ 700. “Se
ela é tão importante, precisamos de políticas que estimulem esse setor”,
afirmou Pepe.
De acordo com a Lei 11.326/2006, agricultor
familiar é aquele que pratica atividades ou empreendimentos no meio rural, em
área de até quatro módulos fiscais, utilizando predominantemente mão de obra da
própria família em suas atividades econômicas. A lei abrange ainda
sivicultores, quilombolas, aquicultores, extrativistas e pescadores.