Dentro da estratégia de promover o
fortalecimento e de dar visibilidade às políticas públicas para a
agricultura familiar no âmbito internacional, o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), firmou, em 2015, parcerias de cooperação
com outros países e participou de negociações comerciais para garantir a
defesa dos Interesses dos agricultores familiares.
A
assinatura da Declaração sobre a Governança da Terra, pelas autoridades
em agricultura familiar do Mercosul, foi considerada um marco histórico
pela chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção
Comercial (AIPC/MDA), Cristina Timponi. O documento foi assinado durante
a XXIII Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul,
realizada em Brasília, em junho de 2015.
“A
Declaração foi baseada no compromisso dos países na implementação das
Diretrizes Voluntárias para a Governança da Terra, dos Recursos
Pesqueiros e Florestais e representa o principal documento internacional
normativo sobre questões fundiárias, acordado por todos os países
membros das Nações Unidas. O documento representa um importante avanço,
uma vez que os países demonstram um claro compromisso com os temas da
reforma agrária e governança fundiária”, explica Timponi.
Troca de experiências com outros países
A
chefe da AIPC salienta que o trabalho desenvolvido pelo Brasil, na
agricultura familiar, tem despertado o interesse de outros países.
No
ano passado, o MDA firmou Instrumentos de Cooperação Técnica com quatro
países africanos: Moçambique, Zimbábue, Gana e Senegal, bem como
protocolos de intenções na área de desenvolvimento rural e agricultura
familiar com Venezuela e Colômbia.
A
troca de experiências ocorre nas áreas de agroecologia, assistência
técnica e compras governamentais. A vantagem da formalização da
parceria, segundo Cristina, é o estabelecimento de uma estratégia mais
robusta de cooperação técnica internacional, com foco no desenvolvimento
da agricultura familiar como garantia da segurança alimentar da região.
“Os instrumentos assinados concretizam o compromisso do Brasil em
executar a cooperação Sul-Sul, pautada nos princípios da solidariedade e
horizontalidade”, destaca.
Negociações Comerciais
Já
nas negociações comerciais, o MDA apoiou a prorrogação da elevação da
Tarifa Externa Comum do Mercosul, até o final de 2023, de 35% para o
pêssego e de 28% para os produtos lácteos. Esse tipo de medida, conforme
a chefe da AIPC, protege os setores frente ao mercado internacional,
marcado por subsídios à exportação e comércio desleal.
No
ano passado, o MDA atuou também no segmento da Rodada Doha na
Organização Mundial do Comércio (OMC) e nas negociações de acordos
comerciais bilaterais, tais como Mercosul-União Europeia e Brasil–
México. “Essas ações têm o objetivo de resguardar as políticas e os
produtos da agricultura familiar”, frisa Timponi.
Promoção Comercial da agricultura familiar
Com
o objetivo de promover produtos da agricultura familiar no exterior, o
MDA participou de três feiras internacionais de mercados considerados
estratégicos - Alemanha, África do Sul e Peru. De acordo com Cristina,
participaram das feiras 17 empreendimentos de cooperativas familiares.
Os expositores estimam que as negociações renderam em torno de US$ 22
milhões, para a exportação de produtos como: café, arroz, castanha do
Brasil, sucos, vinhos, espumantes, polpas de frutas, geleias, guaraná,
açaí, cachaça, milho e mel.