Recursos para agricultura familiar na Bahia chegam a R$ 1,2 bilhão com
Plano Safra
Os agricultores baianos recebem na próxima semana
mais um estímulo para potencializar o crescimento econômico no meio rural. O
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lança, nesta segunda-feira, 6, às
16h, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013 na Bahia, anunciado em
âmbito nacional no início de julho. O estado é o segundo no Nordeste a aderir
ao Plano e também o que mais receberá injeção de recursos do Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na região. No total, estão
previstos R$ 1,2 bilhão para a Bahia na atual safra. O ministro Pepe Vargas
participará da solenidade, que ocorrerá na Secretaria de Agricultura do estado,
em Salvador.
As ações do Plano Safra envolvem a ampliação de
crédito, de serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater), da
cobertura de renda e da garantia de preços e de comercialização, dentre outros
benefícios. O Plano ainda tem como prioridade o fortalecimento das políticas
públicas voltadas à juventude rural. Esse conjunto de medidas promove a
melhoria das atividades do segmento, cobrindo perdas por adversidades
climáticas e estimulando a organização econômica dos agricultores.
“Os recursos disponibilizados pelo governo federal
são imprescindíveis para a potencialização do desenvolvimento da agricultura
familiar. Estamos articulando com entidades representativas de agricultores,
governo estadual e organizações que trabalham em prol do segmento”, afirma o
delegado federal do MDA na Bahia, Wellinton Rezende. O representante da pasta
acrescenta que com o auxílio do Plano Safra 2012/2013, o estado vai avançar na
execução de projetos e iniciativas que contribuam para o aumento de renda e
qualidade de vida dos produtores rurais.
Plano Safra na Bahia em números
Neste Plano, o montante do Pronaf é 10% maior do que na safra passada. A quantia projetada é de R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões para operações de investimento e R$ 400 milhões para operações de custeio.
Neste Plano, o montante do Pronaf é 10% maior do que na safra passada. A quantia projetada é de R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões para operações de investimento e R$ 400 milhões para operações de custeio.
Outra novidade do Plano Safra 2012/2013 é que ele
aumenta a capacidade de investimento dos agricultores. O limite de renda bruta
anual do agricultor familiar para as linhas de crédito do Pronaf passa de R$
110 mil para R$ 160 mil. O limite de financiamento de custeio, que era de R$ 50
mil, aumentou para R$ 80 mil.
Os agricultores familiares baianos também ganharão
outros benefícios fora o crédito do Pronaf. O estado será favorecido com
serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater), mais reserva para o
Garantia-Safra e incentivos para o PAA e Pnae.
Ater e Garantia-Safra
O MDA deve injetar mais de R$ 58 milhões em serviços de Ater. As vantagens favorecem não apenas os produtores rurais, mas a sociedade como um todo, já que o Plano Safra 2012/2013 nacional instituiu que todas as ações de Ater terão de priorizar a sustentabilidade, assim como o aumento da geração de renda das famílias no campo.
Outro anúncio do ministério para a Bahia é o
montante projetado para o Garantia-Safra. O fundo tem como objetivo assegurar a
renda dos agricultores que vivem em municípios onde a perda da produção devido
a fatores climáticos, como períodos de longa estiagem e enchentes, ultrapassa
50%. A quantia reservada para o Garantia-Safra deve passar de R$ 79 milhões.
O seguro cobre perdas nas safras de milho, arroz,
feijão, mandioca e algodão. “O semiárido baiano sofre bastante com a seca. Por
isso, o Garantia-Safra é fundamental para garantir uma renda mínima aos
trabalhadores rurais. É um projeto estruturante, que promove o reinício do
processo produtivo”, explica Wellinton Rezende.
PAA e Pnae
Mais uma iniciativa vinculada ao Plano Safra
2012/2013 na Bahia é o incentivo à geração de renda por meio de compras
governamentais. O empurrão vem de dois programas: o de Aquisição de Alimentos
(PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O MDA prevê
investimentos de mais de R$ 8 milhões no PAA. A iniciativa favorece a compra de
produtos oriundos da agricultura familiar e de organizações pelo governo,
fortalecendo o combate à pobreza e à fome.
No Pnae, esta safra estima que sejam investidos
valores superiores a R$ 80 milhões no estado. O programa prevê que 30% dos
recursos recebidos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
pelas escolas públicas para compras da merenda escolar sejam destinados à
aquisição de produtos da agricultura familiar.
Agricultura familiar baiana e brasileira
De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, o mais
recente feito no país, na Bahia existem mais de 761 mil estabelecimentos da
agricultura familiar, correspondendo a 87% dos estabelecimentos agrícolas do
estado. O valor bruto da produção dessas famílias ultrapassa R$ 3,7 bilhões. Os
principais alimentos fornecidos por esses trabalhadores são feijão (83%), carne
suína (76%) e milho (44%).
Pela lei brasileira (11.326/2006), o agricultor
familiar é definido como aquele que pratica atividades ou empreendimentos no
meio rural, em área até quatro módulos fiscais, utilizando predominantemente
mão de obra da própria família em suas atividades econômicas. A lei abrange,
ainda, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
No Brasil, a agricultura familiar conta com mais de
4,3 milhões de unidades produtivas, o que corresponde a 84% do número de
estabelecimentos rurais do Brasil. Este segmento produtivo responde por 10% do
Produto Interno Bruto (PIB) nacional, 38% do Valor Bruto da Produção
Agropecuária e 74,4% da ocupação de pessoal no meio rural (12,3 milhões de
pessoas).
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