Agroindústria familiar baiana, produtora de cachaça, espera repetir
êxito na Feira
Do município de Rio das Contas, localizado na
Chapada Diamantina, a 1.050 metros de altitude e considerado um dos principais
pólos históricos e ecoturísticos da Bahia, vem um dos produtos mais apreciados
e negociados em todas as sete edições da Feira Nacional da Agricultura Familiar
e Reforma Agrária/ Brasil Rural Contemporâneo: a cachaça.
Este ano, no evento que volta à Marina da Glória,
no Rio de Janeiro, a expectativa do sócio-diretor da agroindústria familiar de
bebidas Tombad’ouro, Luiz Carlos Rubens Farias, é das mais otimistas. “Já
estivemos duas vezes na Feira: no Rio de Janeiro (2009) e em Brasília (2010).
Nas duas ocasiões, vendemos todo o estoque e fechamos vários contratos. Agora,
queremos voltar, novamente, de mãos vazias, e com novas encomendas”, afirma,
bem-humorado, Luiz Carlos.
A Tombad’ouro vai levar para a Praça da Cachaça 10
caixas de 12 unidades da cachaça envelhecida de 670 ml; cinco caixas de cachaça
branca (jovem), também de 670 ml e, ainda, mais 10 caixas da versão long neck,
de 300 ml, sendo cinco de cada uma (envelhecida e branca).
Viagem
A viagem dos produtos e representantes da
Tombad’ouro até à Marina da Glória seguirá um roteiro semelhante ao dos
produtos que saem da cidade para outras regiões do estado e do País.
Depois de produzidas e empacotadas, as cachaças
serão transportadas de caminhão até ao município de Seabra, a cerca de 350
quilômetros de Rio das Contas, onde serão armazenadas com produtos de regiões
próximas, como artesanato e alimentos. De Seabra, as cargas seguem pela rodovia
BR 324, durante mais 470 quilômetros, até Salvador. Da capital baiana ao Rio, a
viagem prosseguirá por avião.
Rio das Contas, fundada em 1745, ainda mantém um
certo ar colonial e — o mais surpreendente em termos de Bahia —, um clima
ameno, com temperaturas que chegam a 5 graus celsius no inverno e 30º nos dias
mais quentes do ano. O principal produto agrícola do município é a
cana-de-açúcar que é transformada em aguardente.
Cana-de-açúcar
Os primeiros habitantes de Rio das Contas foram
escravos alforriados que se refugiaram à beira do Rio Brumado que corta a
cidade. No século XVIII, após a chegada dos bandeirantes e jesuítas, alguns dos
senhores das maiores famílias da cidade dedicaram-se à plantação de
cana-de-açúcar, para a produção de aguardente e rapadura.
Dez famílias de agricultores familiares da
comunidade rural de Rio das Contas trabalham na Tombad’ouro, dedicando-se ao
principal produto agrícola da região, a cana-de-açúcar. Agora, a cachaça mais
famosa de Rio das Contas vai se juntar, na Feira, ao melhor da produção da
agricultura familiar de todo o País, nas áreas de cultura, música, artesanato,
gastronomia, orgânicos e moda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário