Linha de crédito emergencial libera R$ 656 milhões, pelo Pronaf, para
regiões Norte e Nordeste.
Passa de R$ 1 bilhão o valor contratado pela linha
de crédito emergencial criada em maio para atender os atingidos pela seca nas
regiões Norte e Nordeste – para os setores de agricultura, comércio,
serviços e indústria. Desse total, o maior volume foi contratado por
agricultores familiares, pelo Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf). O Pronaf é responsável por mais de 65% do valor
financiado, com o total de R$ 656,2 milhões em operações contratadas.
“É um volume significativo de recursos que impacta
diretamente no custeio pecuário e nas ações estruturantes das propriedades
rurais atingidas pela seca. O recurso possibilita aos agricultores familiares
investirem nessa fase para que possam se adequar e sentir menos os efeitos da
estiagem”, explica o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Biachini.
Na Região Norte, os estados do Acre e Amazonas
foram os que mais contrataram operações de financiamento no crédito emergencial
como um todo, com cerca de 45 mil contratos no Acre e 52 mil no Amazonas. No
Nordeste, Bahia, Ceará e Pernambuco têm o maior volume de contratos, com mais
de 29 mil na Bahia e mais de 22 mil nos outros dois estados.
Ibicoara (BA)
O agricultor Damião Rodrigues dos Santos, 49 anos,
do município de Ibicoara (BA) acessou a linha de crédito emergencial no dia 5
de junho deste ano, com um contrato de R$ 11.949,30. Ele conta que seu
financiamento pelo Mais Alimentos estava em dia, mas ele e a família previam
que, em 2013, não poderiam pagar a última parcela do financiamento. "Eu
achava que não ia dar conta de pagar por causa da seca que prejudicou a gente,
então essa linha de emergência foi muito importante", descreve Damião.
"Agora, eu tenho certeza que vou pagar a última parcela, em 2013, e
mantenho meu crédito no banco. O crédito é a forma de manter a lavoura da
gente", diz o agricultor baiano.
Damião vive com a mulher, de 45 anos, e dois
filhos, de 21 e 23 anos. A família produz café, feijão, milho, mandioca, banana
e maracujá, em uma área de quatro hectares na Fazenda Aranquã, zona rural, em
Ibicoara. A cultura mais atingida pela seca do final de 2011 e início de 2012
foi a do café, que ocupa três hectares de área plantada. As lavouras que deram
menos prejuízo foram as de maracujá e banana – frutas que Damião vende para o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Em 2008, a família Santos acessou o Mais Alimentos
para investir na produção (adubação, colheita, limpeza) e, já em 2010, teve
dificuldades para pagar as parcelas devido à seca que afetou a produção. Em
2012, a seca voltou a abalar a produção da família.
Beneficiados
Os agricultores familiares enquadrados no Pronaf e afetados pela estiagem na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) contam com a linha de crédito especial desde o dia 8 de maio. A medida atende os municípios onde foi decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública, pelo Ministério da Integração Nacional, a partir de 1º de dezembro de 2011. Atualmente, 1.250 municípios dos dez estados do Nordeste têm operações contratadas – de um total de 1.379 municípios que decretaram situação de emergência.
Os agricultores familiares enquadrados no Pronaf e afetados pela estiagem na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) contam com a linha de crédito especial desde o dia 8 de maio. A medida atende os municípios onde foi decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública, pelo Ministério da Integração Nacional, a partir de 1º de dezembro de 2011. Atualmente, 1.250 municípios dos dez estados do Nordeste têm operações contratadas – de um total de 1.379 municípios que decretaram situação de emergência.
O crédito vale para os agricultores familiares
adimplentes que desejam realizar operações de investimento e pode ser
solicitado até o dia 30 de dezembro deste ano. O limite é de R$ 12 mil por
agricultor, com prazo de pagamento até dez anos, três anos de carência e taxa
de juros de 1% ao ano. O agricultor que pagar suas parcelas de financiamento em
dia terá um bônus de desconto de 40% sobre as parcelas.
Para os agricultores enquadrados no Grupo B do
Pronaf, cuja renda familiar anual é até R$ 6 mil, o limite de crédito é R$ 2,5
mil, com as mesmas condições.
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