Histórias de mulheres que participaram do
processo de luta pela terra a partir da promulgação da primeira Lei da Reforma
Agrária de Cuba, em 1959, fato que marcou a Revolução Cubana. Este é o tema do
livro A louca de Las Yagrumas e outras mulheres. A obra, de autoria da
engenheira agrônoma cubana Mavis Dora Álvarez Licea, teve seu lançamento
durante o Seminário Internacional Políticas Públicas para Mulheres Rurais na
América Latina e Caribe.
O seminário, que acontece até hoje (20), no
Instituto Rio Branco, em Brasília, é cenário para o diálogo sobre o
protagonismo das mulheres no meio rural e na luta pela terra. O lançamento da
publicação foi promovido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento
Rural (Nead) e pela Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais (DPMR) do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com a participação de Roberto
Nascimento, diretor do Nead, e de Karla Hora, diretora da DPMR.
“A vinda de Mavis ao Brasil para o lançamento
desse livro é oportuna porque trata de temas contemporâneos como reforma
agrária, democratização do acesso à terra, e a luta dos povos pelo chão que
produz e que também é espaço de vida dos campesinos. Além disso, lançamos a
obra em um seminário internacional que discute políticas para esta parte da
população, em um momento de empoderamento das mulheres”, destacou o diretor do
Nead.
Memórias da luta pela terra
Por meio de histórias de mulheres que
participaram da luta pela terra, a publicação da Série Nead Especial traça um
panorama dos anos conturbados de implantação da reforma agrária cubana, marcado
por mudanças sociais profundas no país. As narrativas apresentam o papel das
mulheres como sujeito desse embate político, lutando não só pelo direito pela
terra, mas, também, pelo direito ao reconhecimento do seu protagonismo. “As
raízes da discriminação são profundas e para enfrentar isso a luta é longa. No
livro estão histórias fortes e duras das lutas que tivemos que viver nesse processo.
As histórias narradas falam de Cuba, mas mostram costumes do campo e situações
que acontecem em outros países: a violência e o preconceito contra as
mulheres”, explica a autora.
Mavis afirma que por muitos anos recordou os
acontecimentos vividos e decidiu, então, contar as histórias como realmente
haviam ocorrido. “Não sou literata, sou agrônoma, uma mulher da agricultura do
campo, mas eu sentia a necessidade de escrever esse livro. Em minha cabeça e em
meu coração, sinto que tenho uma dívida com todas essas mulheres”, declarou a
autora.
De Brasília, Mavis segue para o Rio de Janeiro,
para o lançamento de A louca de Las Yagrumas e outras mulheres na sede do
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/ UFRRJ). O lançamento da
publicação no será nesta sexta-feira (22), às 14h. O CPDA fica na Avenida
Presidente Vargas 417, 6º andar, Centro – Rio de Janeiro.
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