Para
dar força ao debate sobre a função social da terra, o ministro do
Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, se reuniu nesta terça-feira
(24), em Brasília, com um grupo de juristas especializados em Direito
Agrário. “Esta é uma reunião histórica. Ao lado dos nossos compromissos
práticos, queremos estimular o caráter pedagógico do MDA. A função
social da terra é uma questão séria. É um bem público”, afirmou Patrus.
O
encontro vai originar o Grupo de Estudos de Direito Agrário que tem o
objetivo de reinserir o debate da função social da terra na sociedade e
no poder judiciário. “Neste espaço temos o Brasil representado. Estamos
aqui para ouvir e implementar esse processo de discussão com o caminho, a
metodologia e os eixos vindos de vocês”, destacou o consultor jurídico
do ministério, João Paulo de Faria Santos, aos participantes.
Segundo
a Constituição Federal, sobre a terra não recai simplesmente um direito
individual de propriedade, mas uma dívida social de tarefas
fundamentais, expressas no artigo 186. Entre os requisitos da Carta
Magna está à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e a
preservação ambiental.
“Nosso debate
tem que diferenciar o ‘direto de’ e o ‘direto à’. Nosso intuito é que
todos possam ser donos do território”, ressaltou o ministro.
Para
o professor de Direito da Pontifica Universidade Católica de Minas
Gerais (PUC/MG), Lucas Gontijo, o encontro com os juristas é uma
oportunidade de fortalecer esse debate. “Temos que abrir um fórum no
país sobre o direito à terra, a partir da união com as universidades e
intelectuais”, pontuou.
Em 2015, o MDA
fomentou algumas discussões sobre essa temática, como a questão do
trabalho escravo e a urgente repercussão dele sobre a propriedade; a
necessidade da redução de agrotóxicos e o direito fundamental a
alimentos saudáveis; e a segurança alimentar como conquista jurídica,
inclusive no campo das compras institucionais da agricultura familiar.
“Para
nós, esse convite é duplamente mobilizador. Essa chamada se insere em
uma grande agenda com foco na questão social da terra. Podemos definir
outras questões para nos nortear dentro dessa discussão”, complementou o
professor titular de Direito e ex-reitor da Universidade de Brasília
(UnB), José Geraldo de Sousa Júnior.
A expectativa é que o grupo se reúna, novamente, em janeiro de 2016.
Também
participaram do encontro: os professores pesquisadores, Jacques Távora
Alfonsin, da Unisinos; Gilberto Bercovici, da USP; José Luiz Quadros
Magalhães,da UFMG; Jerônimo Treccanni, da UFPA; Carlos Máres, da PUC
Paraná; Lucas Gontijo, da PUC Minas Gerais; além de Valdez Farias da
procuradoria do Incra.
Gabriella Bontempo
Ascom/MDA
Ascom/MDA
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