Dois anos depois do lançamento do Programa de
Produção Sustentável de Palma de Óleo todos os agentes envolvidos em sua
execução se reúnem para qualificar as ações já desenvolvidas e pensar no
direcionamento do programa. As avaliações e propostas estão sendo apresentadas,
de hoje (26) a quinta-feira (28), em Belém (PA), em workshop promovido pela
Embrapa Amazônia Oriental e os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Nesta terça-feira (26), o coordenador de
Biocombustíveis do MDA, André Machado, participou do I Workshop do
Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil: Agricultura
Familiar e Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação. Em sua apresentação, no
Painel – Expansão da Palma de Óleo e a Inclusão social, Machado falou das
perspectivas do programa. Para ele, o Brasil tem um enorme potencial para a
cultura da palma de óleo, principalmente na região Norte: “Existe um potencial
de áreas aptas de quase 10 milhões de hectares na Amazônia Legal, isso
representa o dobro da área cultivada por produtores asiáticos, que são os
maiores produtores mundiais”.
Para os agricultores familiares, o programa é uma
chance de acessar crédito, tecnologia, além de se relacionar com a indústria e
vender sua produção por meio de uma cultura considerada perene (duração média
de 25 anos). Além disso, André avalia que a cultura da Palma significa
“investimento que valoriza a propriedade e revitaliza os assentamentos”.
Representante da Associação Brasileira dos
Produtores de Palma (Abrapalma), Joel Bucker, afirma que o programa resulta em
melhoria de renda, moradia, educação e vida dos produtores, com a
inclusão de famílias e a melhoria do comércio local e do associativismo. No
entanto, ele observa que há restrição financeira das famílias, agricultores sem
documentação básica (identidade, por exemplo), além de questões fundiárias como
fatores que limitam a produção do programa.
Buker coloca a assistência técnica na lista de
desafios. “Assistência técnica é fundamental para esses agricultores, que vão
se tornando independentes”, diz. “A palma de óleo deve ser vista mais como uma
oportunidade, uma chance de inclusão social e não como atividade que vai
prejudicar outras culturas”, conclui.
Histórico
Em 2010, o governo federal criou um programa
sustentável de produção da Palma de óleo, para estabelecer um marco
regulatório, instrumentos legais e técnicos. O programa tem um zoneamento
agroecológico, projeto de lei que proíbe a supressão de vegetação nativa para o
plantio de palma, instrumentos de pesquisa e qualificação para assistência
técnica e linha de crédito no âmbito da agricultura familiar – o Pronaf Eco.
Crédito
No segundo dia do evento (27), representante do
Departamento de Financiamento e Proteção da Produção da Secretaria da
Agricultura Familiar (SAF/MDA) fala sobre “Estrutura do Pronaf e acesso ao
crédito na agricultura familiar com foco na palma de óleo”. A palestra integra
o painel sobre Crédito Rural.
Dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf), a linha que financia a produção de palma é o
Pronaf Eco Dendê, que tem 627 contratos em andamento em 15 municípios do Pará.
O valor total financiado é de no valor total de R$ 42,2 milhões. Todas as
operações são financiadas pelo Banco da Amazônia.
O Banco do Brasil já está finalizando convênios
com as empresas Biopalma (Pará), empresa do grupo Vale, e Palmaplan (Rondônia)
para viabilização de financiamentos na linha (assistência técnica, fornecimento
de mudas e compromisso de compra da produção), conforme previsto no Manual de
Crédito Rural.
Workshop
O evento reúne profissionais de instituições
públicas, privadas e de federações, técnicos da extensão e assistência rural,
produtores e agricultores para melhoras aspectos ligados à produção, fomento e
disseminação de conhecimentos da cultura da palma de óleo (dendê).
Confira aqui
a programação.
Produção de palma
O óleo de palma é o mais produzido e consumido no
mundo. Sua expansão internacional é mantida pelo aumento constante do consumo
de óleos e gorduras para fins alimentícios e pela perspectiva do aumento da
demanda para adoção em biocombustíveis. A cultura da palma de óleo tem
atributos que lhe conferem sustentabilidade para cultivo em clima tropical
úmido, devido à sua elevada produtividade, proteção do ambiente e geração de
emprego e renda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário