O Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário e
as evoluções no campo nos últimos dez anos, foram tema de palestra do o
ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, na abertura do
seminário Juventude Rural e Agricultura Familiar, nesta quarta-feira (5), em
Porto Alegre (RS).
O ministro reafirmou o que a presidenta Dilma
Rousseff costuma falar em seus discursos sobre o que foi feito até hoje em
políticas para a juventude rural. "Isso que nós fizemos é só o
começo", e classificou o seminário como modelo de organização. "O que
está sendo feito aqui, hoje, é um exemplo da capacidade organizativa da
juventude", assinalou.
Ao destacar a situação dos jovens dentro da
agricultura familiar, o ministro lembrou que eles são responsáveis por 15% das
Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) e por 29% dos atendimentos de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). O desemprego de jovens em países
como a Espanha também foi ressaltado pelo ministro. "Mesmo com a grande
crise que está lá fora, aqui no Brasil, felizmente, a gente tem vivenciado uma
situação diferente. O desemprego caiu 4,3%", observou.
Em relação aos programas do MDA destinados a
juventude rural, Pepe Vargas enumerou políticas como o Programa Nacional de
Crédito Fundiário (PNCF), chamada pública de Ater específica para jovens,
Pronaf Jovem, bem como salientou a participação dos jovens na 2a Conferência
Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – responsáveis por
20% do público participante.
Na avaliação do secretário de desenvolvimento rural,
pesca e cooperativismo, Ivar Pavan, a juventude rural é fundamental para a
agricultura familiar. "Me orgulho de ter sido jovem rural da geração
anterior, que conseguiu trazer um conjunto de políticas memoráveis, mas não
podemos nos contentar com isso. Temos que pensar o futuro da nossa agricultura.
Os jovens não vão ficar no campo porque o governo ou os pais querem. Vão ficar
no campo por terem razões para permanecer. Esse seminário é o local para os
jovens apresentarem quais são as motivações necessárias", realçou.
Para o coordenador de juventude da Federação
Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf),
Douglas Censi, o seminário é o local para se determinar as temáticas mais
importantes para os jovens do meio rural. "Todas as questões são
fundamentais, são passos importantes, mas precisamos alavancar um conjunto de
políticas públicas para a juventude. Temos muitas políticas públicas que dão
certo, mas ainda temos muito que caminhar", disse.
A coordenadora de juventude da Federação Estadual
de Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Josiane Cristina, elencou a
importância dos jovens no atual momento. "Aqui vamos discutir qual o papel
da juventude, que rumo ela vai tomar. No Ano Internacional da Agricultura Familiar,
temos o papel de mostrar para a sociedade brasileira que existimos. A juventude
rural tem um papel fundamental no campo e fazemos falta lá. Precisamos que as
políticas falem umas com as outras. Se o campo não planta, a cidade não almoça
e não janta", lembrou.
Orgulhosa em participar do seminário, a
representante da Via Campesina, Sandy Mencilha, enfatizou que os jovens
precisam e querem permanecer no campo. "Me sinto orgulhosa em representar
a juventude campesina e levantar a bandeira da permanência do jovem no campo. O
jovem precisa de políticas públicas que proporcionem a sua permanência no meio
rural", declarou.
Durante a solenidade ainda foram lançados dois
livros do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead/MDA) e o
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
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