A importância da alimentação saudável para o ser
humano e a participação da agricultura familiar na produção destes alimentos
foi assunto de painel de debate do Seminário Internacional PAA + Aquisição de Alimentos,
promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para
celebrar os 10 anos do Programa de Aquisição de Alimentos. O evento foi
realizado nesta terça-feira (04), em Brasília.
Com o tema O PAA e a agricultura familiar na promoção
da alimentação saudável e da segurança alimentar, o painel enalteceu a produção
de alimentos benéficos à saúde e colocou em xeque a má alimentação, que começa
a dominar os hábitos alimentares ao redor do mundo.
O secretário-executivo do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Müller, assegurou que a agricultura
familiar é o principal produtor de alimentos saudáveis e lembrou que ainda há o
desafio da segurança alimentar. “Não seremos o país que queremos ser se não
valorizarmos a agricultura familiar. A maior parte dos alimentos que está na
mesa do brasileiro é proveniente da agricultura familiar”, afirmou.
Representante da Organização Panamericana de Saúde
(Opas), Enrique Jacoby apresentou os 20 maiores fatores que colocam em risco a
vida do ser humano. Destes, 15 tem ligação direta com a má alimentação.
“Basicamente, o que coloca a vida em risco é a alimentação de baixa qualidade.
Temos que promover os alimentos naturais e consumir cada vez menos alimentos
processados”, salientou o peruano.
Enrique endossou o discurso de Laudemir e ressaltou
a importância da produção familiar de alimentos. “Aprendi e creio que é muito
importante observar que falar de agricultura familiar é falar de
desenvolvimento, saúde e biodiversidade. Este segmento é protagonista na
produção de alimentos saudáveis”, observou.
Referência mundial
Em outro painel, houve debate sobre a contribuição
e a importância do PAA em outros países. Com o tema O Programa de Aquisição de
Alimentos como Referência Internacional, os convidados presentes mostraram os
resultados do programa em âmbito mundial, mas principalmente na África e na
América Latina.
Durante o painel, foi exibido um vídeo enviado pelo
diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), José Graziano da Silva, parabenizando o programa pelos seus 10 anos.
“Essa é uma história de sucesso, que começou em 2003, quando o então presidente
Lula colocou como meta principal de seu governo a garantia de todos os
brasileiros terem três refeições por dia. Nesse contexto, nasceram o PAA e o
Bolsa Família. Com ousadia, a presidenta Dilma deu o passo seguinte dessa
história, cujo o nome diz tudo: Brasil sem Miséria. Hoje, o Brasil é referência
no combate à fome e não e priva de divulgar suas estratégias para outros
países. Diversos países estão mudando suas leis de compras públicas para se
enquadrarem na mesma estratégia do PAA”, pontuou Graziano.
Representantes de Moçambique, Reino Unido e
Equador, presentes no evento, lembraram a necessidade da política para o
combate à fome e à pobreza. “Tivemos os melhores 10 anos da história do
planeta, quando o assunto é tirar pessoas da miséria. O nosso objetivo é dar
prosseguimento ao trabalho realizado e melhorá-lo” garantiu o embaixador do
Reino Unido no Brasil, Alexander Wykeham Ellis.
Alexander adiantou que Reino Unido e Brasil são
parceiros no PAA-África porque o programa funciona e há a possibilidade de
adaptá-lo para outros países. “O Brasil é um centro de excelência quando o
assunto é aquisição de alimentos e diminuição da pobreza. O mundo precisa
aprender com o Brasil”, avaliou o britânico.
Desde 2012, o Brasil apoia os governos africanos a
adotarem a estratégia do Programa de Aquisição de Alimentos – unir agricultores
familiares aos mercados – para combater a fome, a desnutrição e a pobreza rural
de forma sustentável. Com um orçamento total de US$11 milhões (R$ 22,5
milhões), financiados pelos governos brasileiro e britânico, o programa se
concentra na implementação de pilotos de compras locais de alimentos em cinco
países do continente: Etiópia, Malaui, Moçambique, Níger e Senegal
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