Trabalhadoras
rurais do campo, ribeirinhas, marisqueiras e das florestas entregaram
ao governo federal, nesta sexta-feira (3), em Brasília, a pauta de
reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas, prevista para ocorrer em
agosto deste ano na capital federal. Os temas abordados vão desde a
soberania alimentar nacional até a participação social na elaboração de
políticas públicas.
Segundo a
secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
Maria Fernanda Coelho, a pauta reafirma o potencial da luta feminina nas
ações governamentais. “Este é um momento de autonomia, mas, acima de
tudo, de reconhecimento da contribuição da luta feminina e dos esforços
feitos por elas ao longo dos anos”, salientou.
O
ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel
Rossetto, completou: “As marchas representam para nós as grandes
conquistas do povo. É por isso que a Marcha das Margaridas nos
entusiasma muito, pois fala de um grito forte de igualdade, de justiça”.
A
coordenadora geral da marcha e secretária de Mulheres Trabalhadoras
Rurais da Contag, Alessandra Lunas, explicou que a prioridade ainda é o
enfrentamento da violência contra a mulher. “Temos ouvido essa
reivindicação de norte a sul do país. Essa é, infelizmente, a agenda
mais forte que a Marcha das Margaridas precisa colocar nas ruas”,
apontou.
Aos 52 anos, a moradora do
município de Axixá do Tocantins (TO) Mulheres, Ednalva da Silva,
participou de todas as marchas realizadas no país. “Nasci e cresci no
campo. É lá onde prefiro viver, por isso luto para que esses espaços
sejam cada vez mais lugares de bem-estar”, realçou.
Participaram
da entrega da pauta de reivindicações as ministras da Secretaria de
Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, e do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello; além da presidente do Incra,
Maria Lúcia Falcón.
Saiba mais
A
Marcha das Margaridas homenageia a trabalhadora rural paraibana,
Margarida Maria Alves (1943-1983), que durante 12 anos, presidiu o
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Margarida incentivava as trabalhadoras e os trabalhadores rurais a
buscarem na justiça a garantia de seus direitos. Dos frutos do seu
trabalho está a fundação do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador
Rural.
Realizada desde 2000, a Marcha
das Margaridas se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a
violência sexista. Entre as conquistas das trabalhadoras rurais estão a
criação do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural
(PNDTR), que já documentou mais de um milhão de mulheres brasileiras e a
criação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica –
Brasil Agroecológico.
A Marcha das
Margaridas 20015 será realizada nos dias 11 e 12 de agosto, em Brasília.
A expectativa é que mais de 100 mil trabalhadoras rurais participem do
evento, que tem como lema “Margaridas seguem em marcha por
desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia,
igualdade e liberdade”.
Gabriella Bontempo
Ascom/MDA
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