Na
Rio+20, Pepe apresenta o uso do biogás como fonte de renda para a agricultura
familiar
19/06/2012 05:00

A agricultura familiar, segundo o ministro, tem
um grande potencial para produzir o biogás, uma vez que a maioria dos produtores
não realiza nenhum tipo de tratamento para os dejetos dos animais – usados para
a produção do combustível. A iniciativa visa gerar renda e preservar o meio
ambiente. Pepe Vargas também apresentou o projeto que busca, até 2020, levar
tecnologia de transformação de dejetos em biogás para 22 mil agricultores
familiares criadores de suínos no Brasil. Metade da energia renovável adquirida
seria para o autoconsumo e a outra parte destinada à comercialização – o que
renderia aos produtores uma renda média mensal de, aproximadamente, R$ 2 mil.
“Para realizar um projeto dessa natureza,
precisávamos aperfeiçoar os nossos instrumentos de apoio ao agricultor
familiar, como assistência técnica e extensão rural e linhas de crédito
específicas para isso”, frisou o ministro. “Precisamos criar alternativas para
comercializar essa energia. No caso do Programa do Biodiesel, por exemplo, as
empresas que adquirem o produto da agricultura familiar recebem vantagens
tributárias. Nós também podemos gerar renda, precisamos adaptar esse recorte
social”, complementou.
Pepe Vargas apresentou ações do Plano Setorial de
Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas Visando à Consolidação de uma
Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. Dentre elas está o
compromisso de investir em tratamento de dejetos de animais, o que
representaria 6,9 milhões de toneladas de gás carbônico a menos na atmosfera,
até 2020.
Também participaram do painel – mediado por
Herlon de Almeida, o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu
Binacional –, Cícero Bley, e o professor e especialista em biogás Tomas Amon.
Abertura
Pepe Vargas assegurou que o Brasil tem condições de contribuir para o debate mundial sobre desenvolvimento sustentável. “Temos uma agricultura empresarial que produz commodities. Temos uma agricultura familiar que produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, considerável parte da nossa energia é de fontes renováveis, temos 85% da Floresta Amazônica preservada e reduzimos o desmatamento em 77%, graças a mecanismos de fiscalização”, pontuou o ministro.
Pepe Vargas assegurou que o Brasil tem condições de contribuir para o debate mundial sobre desenvolvimento sustentável. “Temos uma agricultura empresarial que produz commodities. Temos uma agricultura familiar que produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, considerável parte da nossa energia é de fontes renováveis, temos 85% da Floresta Amazônica preservada e reduzimos o desmatamento em 77%, graças a mecanismos de fiscalização”, pontuou o ministro.
Segundo ele, o desenvolvimento sustentável só
será possível com a inclusão social. “Qualquer processo que desconsiderar isso
está fadado ao fracasso”, alertou, lembrando que o Brasil tem concentrado
esforços e implantado políticas públicas para o enfrentamento da extrema
pobreza. “O mais importante é que nós podemos diversificar as fontes de energia
combinando isso com geração de renda e inclusão social”, sugeriu.
Ao lado de Pepe Vargas, participaram da abertura
do seminário o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, dirigentes de
hidrelétricas nacionais, representantes do setor industrial e de organizações
internacionais. Edison Lobão afirmou que o Brasil está no caminho certo em
relação à produção de energias renováveis e à redução de emissão de gás
carbônico. “Espero que todos os outros países acompanhem esse rumo”, disse.
De acordo com o estudo A Desigualdade é
Insustentável, Rio+20, a Posição da Indústria, elaborado pela Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em conjunto com a Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o setor energético é
responsável por 66% das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo.
O documento, divulgado durante o seminário,
aponta que o Brasil, uma das maiores economias do mundo, tem a matriz
energética mais limpa entre elas – alcançando 47% de fontes renováveis e de
baixa emissão de gases de efeito estufa. Em contrapartida, no planeta esse
índice não supera os 13% e, nos países desenvolvidos, chega a 7%.
Energia
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella, afirmou que o Brasil está colaborando muito com mundo. “A ONU definiu que até 2030 todos os habitantes do planeta terão acesso à energia. O Brasil atingirá isso em 2014. Nós sabemos que o Brasil é capaz de ter essa liderança. Vocês precisam ensinar ao mundo”, comentou.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella, afirmou que o Brasil está colaborando muito com mundo. “A ONU definiu que até 2030 todos os habitantes do planeta terão acesso à energia. O Brasil atingirá isso em 2014. Nós sabemos que o Brasil é capaz de ter essa liderança. Vocês precisam ensinar ao mundo”, comentou.
Os participantes do seminário assinaram um
protocolo de intenções para a constituição do Centro Internacional de Energias
Renováveis com ênfase em Biogás (Cier-Biogás). Idealizado a partir de
projetos de geração bem-sucedidos da Itaipu Binacional, o Centro promove o
desenvolvimento do biogás como produto da economia rural, agroindustrial e urbana,
gerando impactos positivos nas esferas social, econômica e ambiental. O centro
é o primeiro do gênero no mundo e surge com a proposta de ser uma entidade
descentralizada. Ele será construído e administrado por 17 instituições, entre
elas a Eletrobras, a Itaipu, a Onudi, a Olade, o Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica (Cepel) e a Embrapa.
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