Expointer: seminário debate permanência do jovem no campo
O
Seminário Juventude e Sucessão na Agricultura Familiar, realizado
durante a tarde de quinta-feira (30) reuniu jovens e representantes
de vários movimentos sociais na Expointer 2012. Com o objetivo de
discutir políticas públicas relacionadas a permanência do jovem no
campo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, abriu o
debate falando das políticas do ministério voltadas para os jovens
rurais.
A permanência da juventude no meio rural é um fator
que valoriza e fortalece a agricultura familiar. No entanto, no Rio
Grande do Sul, estima-se que mais de 31% das propriedades de
agricultores familiares não tenham jovens para garantir a sucessão. “É
um dos principais desafios para a manutenção da agricultura familiar”,
afirmou o ministro.
Várias demandas foram discutidas durante o seminário,
uma delas foi o fortalecimento de uma política de educação no campo. Na
opinião do agricultor e representante da Associação Regional das Casas
Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar), José Celso, as escolas
precisam abordar a realidade do jovem rural. Para ele, é importante, por
exemplo, a Pedagogia de Alternância. “Metodologia que proporciona ao
estudante mesclar períodos em regime de internato na escola com outros
no meio rural, para que os alunos apliquem no cotidiano o aprendizado”,
disse.
Dentre as questões tratadas também estava a criação
de uma política pública ainda mais efetiva de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Ater) continuada, a garantia do acesso à internet para
os jovens, geração de renda e trabalho e o acesso à terra. Para o
agricultor de 22 anos, Guilherme Gasparetto, a questão da propriedade da
terra é o fator determinante para que continue trabalhando na
agricultura. “No campo, trabalho para mim. Na cidade trabalho para os
outros”, explicou.
Guilherme trabalha na terra do pai com dois, de
quatro irmãos. Ele conta que a produção de uva é tradição da família.
“Meus avós já cultivavam uva, meus pais deram continuidade e eu quero
seguir no mesmo caminho”, disse. Outros dois irmãos escolheram trabalhar
com profissões distintas, mas ele diz não ter essa vontade. “É muito
melhor trabalhar no campo, não tem esse monte de barulhos e coisas para
fazer ao mesmo tempo. É só você e o barulho dos pássaros”, conta.
Guilherme e seu irmão
Vinícius, 28, estão representando a família na 14ª Feira da Agricultura
Familiar. Os Gasparetto são responsáveis por dois estandes na feira.
Vinícius cuida do café colonial, onde os visitantes podem desfrutar de
pães, bolos, café e suco de uva produzidos em sua propriedade. Já
Guilherme, levou o suco de uva integral.
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