Nesta terça-feira (17), realizadores de
todo país, do mutirão que dá acesso gratuito a documentação para
mulheres do meio rural, se reuniram em Brasília para o primeiro dia do
Encontro Nacional do Programa de Documentação da Trabalhadora Rural
(PNDTR).
Foram debatidos pontos como a
distância dos locais dos mutirões e a necessidade de repor
constantemente o material usado para confecção de documentos. Essas
questões foram apresentadas aos participantes como resultado da pesquisa
realizada por meio da parceria entre Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), Fundação Carlos Chagas (FCC) e Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A
análise verificou como está o acesso e a possível carência de
documentação civil, trabalhista, previdenciária e fiscal nas áreas de
abrangência dos Territórios da Cidadania, por parte das mulheres rurais
brasileiras. Durante o encontro foram apresentados dados primários sobre
o problema da indocumentação, que foram obtidos por meio de aplicação
de questionários e observação participante.
O
estudo, segundo a diretora de Políticas para as Mulheres Rurais do MDA,
Célia Watanabe, foi realizado para ajudar a melhorar o Programa
Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR).
“Isso
vai ajudar a avançar no programa porque esse estudo mostra onde estão
as dificuldades e assim podemos corrigí-las. Essa pesquisa foi
encomendada para nos ajudar a redefinir e redesenhar como vamos
trabalhar o programa nos próximos anos”, afirmou.
A pesquisa
A
coordenadora da pesquisa, Arlene Ricoldi, caracterizou o trabalho como
desafiador e inovador. Ela explica que a análise foi motivada pela
existência do Pndtr e que contribui com seu aprimoramento, porém não é
uma avaliação específica do programa.
“A
proposta da pesquisa é tentar conhecer um pouco mais sobre as condições
da documentação no meio rural e, claro, sobre a vida das mulheres”,
explicou.
O levantamento foi feito em
37 municípios de 20 Territórios da Cidadania, nas cinco regiões do país e
em mais de 70 localidades rurais como comunidades quilombolas,
indígenas e assentamentos da reforma agrária.
“Abordamos mais de mil domicílios, em cada um falamos com uma média de quatro pessoas”, destacou Ricoldi.
Para
o representante da FAO, Gustavo Chianca, a análise foi muito bem feita e
tem enorme importância no que diz respeito a gênero e representação das
mulheres.
“Acredito que o encontro vai ser muito oportuno porque a qualidade desses resultados é muito importante”, disse.
A
representante do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do
Nordeste, Elenita de Souza, classificou a documentação das mulheres do
campo como algo essencial.
“Quando
nós, mulheres rurais, passamos a ser documentadas, começamos a ter
autonomia. Passamos a acessar as políticas e programas do governo e,
assim, a levar renda para dentro de casa”, ressaltou.
O
Encontro Nacional do Programa de Documentação da Trabalhadora Rural
segue até a próxima quinta-feira (19), e quer ampliar a integração entre
as equipes dos órgãos atuantes no programa, aprofundar o debate sobre
gênero e feminismo e possibilitar a troca de experiências entre os
diversos órgãos parceiros na execução do PNDTR.
Serviço
Encontro Nacional do Programa de Documentação da Trabalhadora Rural
Data: 17 a 19 de novembro
Horário: 09h às 18h
Local: Hotel Planalto Bittar, Bl. A, quadra 3 – Setor Hoteleiro Sul
Tássia Navarro
Ascom/MDA
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